A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Durante muitos anos se confundiu ensinar com
transmitir, onde o aluno era considerado um agente passivo no processo de
ensino-aprendizagem e o professor um transmissor de conhecimento, sendo que o
aprendizado só ocorria pela repetição, onde o aluno muito prejudicado era conseqüentemente
responsável e castigado pelo não aprendizado. Tudo isso aconteceu pela
falta de estudos no sentido de descobrir como as crianças aprendem qual a
importância do professor neste processo e como o cérebro humano processava toda
essas informação, que mais tarde se transformaria em conhecimento. Nesta
perspectiva, Antunes (1999) relata que o interesse dos alunos passou a ser a
força que comanda todo esse processo de aprendizagem, sendo o professor um
gerador de situações estimulantes e eficazes, e onde o brincar e o jogar ganham
espaço e passam a ser ferramenta fundamental e ideal para ensiná-lo,
possibilitando ao aluno aprender não somente os saberes, mas também desenvolver
saberes que vão ser utilizados para vida toda. O brincar e o jogar então
encerram, em essência, um sentido maior do que a simples manifestação de uma
necessidade. Os mesmos passam a ter um significado que dá sentido a uma ação e
reforça a motivação, possibilitando a criança criar, recriar e descobrir novas
formas de atuação dentro do contexto escolar. Desta forma, a medida que a
criança cresce e se desenvolve, surgem novos interesses, novas situações de
troca, novos aprendizados e conseqüentemente o brincar e o jogar vão se
modificando, proporcionando uma estreita relação entre os processos de
crescimento e desenvolvimento (motor, cognitivo, afetivo e social) bem como o
aparecimento de novos interesses e objetivos, que devem ser observados pelo
professor quando for planejar uma aula com a utilização dessa nova prática
(pedagógica ou recreativa). Segundo Piaget (1996), para que a
aprendizagem ocorra e dê a sua contribuição para o desenvolvimento da criança,
é necessária uma organização dessas brincadeiras e desses jogos por meio da
estrutura da própria inteligência da criança. O brincar e jogar deixam de ser
vistos somente como divertimento, e passam a ser vistos como uma
ferramenta pedagógica dentro do ensino infantil e fundamental. Para
Piaget, Vygotsky e Wallon (1989-1990), através do jogo a criança constrói o conhecimento,
destacando que a inteligência caminha para o equilíbrio, proporcionando às
crianças a motivação para utilizar-se da inteligência, pois sempre querem saber
e conhecer mais, superando-se, esforçando-se e transpondo obstáculos em busca
de conhecimento dentro dos aspectos motores, cognitivos, sociais e
emocionais. Neste contexto qual seria o significado do brincar e do jogar
dentro do contexto educacional? Como utilizar o brincar e o jogar dentro do
contexto de escola e sociedade? Recreativo e de lazer ou educacional, qual o
jogo ideal? Essas e outras perguntas na atualidade ainda confundem muitos
educadores: como, porque e para que se utilizar o brincar e o jogar? Como
trabalhar dentro desses diversos contextos? Tudo isso nos faz pesquisar continuamente
sobre este tema tão importante dentro do processo de aprendizagem humana.
Segundo Kishimoto "o jogo com sua função lúdica proporciona diversão,
prazer e mesmo o desprazer de ser escolhido de forma voluntária diferente do
jogo educativo que, dentro de sua função, ensina, completando o saber, o
conhecimento e a descoberta do mundo pela criança". O que se pode
observar após estudos é que brincar é coisa séria e não apenas diversão.
Somente se faz necessário que o professor saiba se utilizar dessa ferramenta e
modifique seu método de aula para que o aprendizado possa ocorrer de uma forma
mais livre, prazerosa e desafiadora, pois toda a prática pedagógica
tradicional, que acontece entre carteiras e cadeiras, não satisfaz mais as
necessidades daquele que aprende. Mas para que essa prática possa ser
desenvolvida com sucesso dentro da escola, precisamos conscientizar os pais da
importância do brincar e do jogar, pois atualmente o que parece menos importar
a eles é que se tenham brinquedos na escola. Para eles a hora da aula é hora de
aprender como eles aprenderam no seu tempo, sentados e atrás das carteiras.
Por esse e por outros motivos advindos de nossa sociedade moderna,
atualmente brincar e jogar já não é privilégio de todas as crianças, ocasionando
assim um analfabetismo motor, aonde corpo, movimento, gestos e ações vêm sendo
desprezados, utilizando-se somente do pensar.
FONTE:
http://www.bing.com/images/search?q=crian%C3%A7as+brincando&qpvt=crian%C3%A7as+brincando&FORM=IGRE#view=detail&id=99CA9050141269FCA1A3C004795CC5A30D69B432&selectedIndex=5
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